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Viagens Pela Vida

Poesia e coisas do coração

Poesia e coisas do coração

Viagens Pela Vida

12
Mai19

ABISMO QUE LIBERTA

Fernando Nunes

noite da janela do meu quarto (1).JPG

noite da janela do meu quarto (2).JPG

noite da janela do meu quarto (3).JPG

ABISMO QUE LIBERTA

Penso que existo.

A lua é nua
porque se despiu
no silêncio,
ao infinito.

E se eu fosse
além de mim mesmo.
Onde renasce o que penso e o que escrevo
se não é
neste único espaço de grande
paz
onde o luar dá gargalhadas e gargalhadas ecoadas em nada
e me amedronta e me rouba o coração e o pensamento e mos arrebata ao
silêncio
infinito.

Abre a janela
e deixa-te ir
com a luz da lua
até ao abismo da última estrela.

Fernando Nunes

11
Fev19

MEDITAÇÃO TONGLEN

Fernando Nunes

sol a bailar no jardim do terreiro da saudade (1).

sol a bailar no jardim do terreiro da saudade (3).

MEDITAÇÃO TONGLEN

Com narinas de dragão
inspiro
o sofrimento inocente de todas as crianças,
com coração de fogo
alivio com um sopro
o sofrimento
de todas as infâncias imaculadas.
Inspiro e expiro e inspiro e expiro
no início dói,
e é estranho,
e é turbilhão de pensamentos,
e é emoções de prazer e de sofrimento…
Inspiro e expiro
e sinto-me louco,
e sinto-me em êxtase,
e triste e alegre e furioso e sereno
e só inspiro e expiro e inspiro e expiro…
Esgotar-se-á meu pequeno coração
porque
há um vislumbre que me expande ao infinito
e por fim num único instante
todas as crianças
são livres de sofrimento
na mente pacificada
que já nem é
a minha e a tua mente.
Até lá,
desapego-me destes versos
e de tudo o resto
e só inspiro e expiro e inspiro e expiro
e vou esgotando
a “minha” vida
até que só exista a vida.

Fernando Nunes

24
Jan19

EU ACREDITO QUE POSSO VOAR

Fernando Nunes

dia de trovoada002.JPG

EU ACREDITO QUE POSSO VOAR

Posso voar,
eu acredito que posso voar.
Agarro um pensamento
e dou-lhe um pouco
de alento e de cor.
Deixo-o ficar
a levitar
leve e infantil,,
como sonho lúcido
que o posso moldar,
em coisa concreta, sólida…
Mas não quero
mais mundos paralelos
onde posso brincar
ou ficar aprisionado.

Abro-me
em quietude, silêncio e espaço.

Eu posso voar,
sonhar e materializar,
mas ao invés de
construir,
destruo
a solitude da vida
até que se revele só sonho, só fantasia.

Meu sonho
não é
materializar
sonhos.
Meus sonho
é explodir
em gargalhadas ardentes
e despertar do sonho cósmico.

Há uma noite
silenciosa
com um latido agudo
de um cão
ou lobisomem que tu imaginas
 e as estrelas tão trémulas baloiçam melodias de cigarras perdidas em infinitos,
e tu
abres-te ao espaço além
de tudo o que conheces,
de tudo o que imaginas…
É só isso
a liberdade que te liberta
num súbito instante
de quietude, silêncio e espaço infinito.

Deita fora
este poema
e escreve outro e outro e outro
até esgotares
a vida inteira
e deixa-a continuar a rodar,
mas fica fora
da roda infinita de fantasias.

Fernando Nunes

18
Jan19

PRESENÇA

Fernando Nunes

PPRESENÇA

Talvez
e só talvez,
ao ritmo incrédulo
da minha respiração
tudo se dissipe
como chispas
a estourarem no espaço aberto e imaculado.
E novamente
a terra, a vida e a morte,
numa canção
de alegria e angústia,
mas que para mim
será como
bolinhas
de sabão sopradas
ao infinito por
brincadeiras de crianças.

Não sei nada,
quando as bolinhas
também estourarem,

silêncio
como melodia de fundo,
e mistério e infinito
suspenso
no sossego do meu coração
que é presença infinita.

Fernando Nunes

sentado no banco das escadarias do terreiro.JPG

 

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