08
Dez19
SAUDADES SEM SAUDADES
Fernando Nunes
SAUDADES SEM SAUDADES
Saudade
que me penetra neste pulsar
de peito aberto ao infinito.
Trazes-me
fragrâncias agrestes
intensamente nas minhas narinas, no salivar da boca, nas veias e, finamente,
sons de silêncio
em horizontes gélidos imaculados,
ou ardentes avermelhados a
derreterem-me as entranhas…
Saudades
sem saudades porque
me libertam de mim mesmo
e me ensinam
o espaço de mistério
além de
toda a imaginação, criação,
onde interrogação
se esmorece em silêncio.
Fernando Nunes