SENTELHA DE ESTRELA
Entardecer de fogo,
não o sei lá fora,
só o invento
no íntimo
enternecido do meu coração.
Abro a janela
como necessidade urgente
de reinventar a eternidade
que me penetra olhos adentro
de horizonte desprendido
de centelha de estrela de mistério e de não sei bem o quê
que me faz acreditar
num pedaço de vento
com canto de pássaro.
Porque
às vezes
nada há para saber,
só grito
o silêncio e infinito
como invocação de liberdade final.
Um passo no abismo
e abre-se sempre
de novo o mistério.
Fernando Nunes